quinta-feira, 29 de abril de 2010

Inversão de valores

Isto chegou-me por email e foi tal a profundidade de sentimentos a que me levou que não posso deixar de partilhar.

INVERSÃO DE VALORES - CARTA DE UMA MÃE PARA OUTRA MÃE (VERÍDICO).

*Carta enviada de uma mãe para outra mãe no Porto, após um telejornal da RTP1:
 
De mãe para mãe...

Cara Senhora, vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias para outra dependência prisional em Lisboa.

Vi-a a queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros inconvenientes decorrentes dessa mesma transferência.
Vi também toda a cobertura que os jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc... 
 
Eu também sou mãe e posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho.
A trabalhar e a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o visitar.
Com muito sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho (inclusivé aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do resto da família. 
 
Se você ainda não percebeu, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de combustível, onde ele, meu filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a família. 
 
No próximo domingo, enquando você estiver a abraçar e beijar o seu filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde campa, num cemitério dos arredores... 
 
Ah! Já me ia esquecia: Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena, por ser um criminoso.
No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto ou indicar-me quais "os meus direitos". 
 
Para terminar, ainda como mãe, peço por favor:
Façam circular este manifesto! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola Portugal e não só...
 
Direitos humanos só deveriam ser para "humanos direitos" !!! 

terça-feira, 13 de abril de 2010

Dia mundial do Beijo - mais um dia de magia ou de orgia?

É verdade, todos os dias são dias de qualquer coisa.
E ele há cada dia...
Achava eu – e ainda acho - que os dias de qualquer coisa serviam para relembrar tudo quanto a humanidade deveria preservar e por qualquer motivo está a enjeitar e esquecer...
Mas não creio que o beijo esteja nessa situação. De facto até acho que o beijo está banalizado demais.
Claro que há diversos tipos de beijos, mas todos sabemos que não se pretende comemorar o superficial, simples e banal gesto do beijo de cumprimento onde nem a pele se toca, ou por oposição, a intensidade e profundidade sentimental do beijo com que uma mãe beija o seu bébé.
O que todos pensamos ao ouvir falar do dia do beijo é que se trata daqueles que acontecem num casal que se quer e deseja, naqueles de tirar o fôlego, que provocam muita adrenalina no corpo, muita velocidade no coração e muita sensação na mente.
Quem não sentiu já a intensidade e densidade desses segundinhos (ou minutinhos) arrebatadores e ao ponto de se esquecer completamente de todo o resto.
Um beijo assim não é mais que qualquer outro, mas é responsável por uma avalanche de sentimentos e reacções que mais nada é capaz... atrevo-me a dizer que nem um orgasmo, mesmo correndo o risco de me contradizer sobre o que disse deles num outro post.
É que de facto, O beijo é uma das maiores manifestações de carinho e na mais profunda forma dos afectos, onde dois seres podem expressar o quanto gostam um do outro.
É também um termómetro do relacionamento, não pela forma ou quantidade – cada um tem a sua -, mas pela apreciação da sua variação.
Terminando, o beijo é como uma dança, e como tal, deve haver sintonia no par. Não se deve pisar o outro e os movimentos devem ser sincronizados, e assim, quanto mais praticarem mais se conhecem, logo maior é a harmonia e intimidade alcançada.
Mas... há sempre estes terríveis “mas” – e deixem-me ser mauzinho - acho que tal como outros dias que cada vez mais se comemoram, parece-me que pretendem é criar mais um dia de orgia... e o pior é que é daquela meramente comercial. E dessas eu fico definitivamente de fora. Agora do beijo e dessas sensações todas é que não - nem pensar... era o que faltava – gosto demais :)

E em jeito de “beijo de simpatia” pela leitura, ofereço um pouco da história e curiosidades sobre o dito.

Não se sabe como surgiu o primeiro beijo da humanidade. As referências mais antigas aos beijos foram esculpidas por volta de 2.500 a.C. nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.

Os romanos tinham 3 tipos de beijos: o basium, trocado entre conhecidos; o osculum, dado apenas em amigos íntimos; e o suavium, que era o beijo dos amantes. Os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem os seus lábios, enquanto os menos importantes tinham de beijar as suas mãos. Os súbditos só podiam beijar apenas os seus pés.

Antigamente, na Escócia, o padre beijava os lábios da noiva no final da cerimonia de casamento. Dizia-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção em forma de beijo. Depois, na festa, a noiva deveria circular entre os convidados e beijar todos os homens na boca, que em troca lhe davam algum dinheiro.

Na Rússia, uma das mais altas formas de reconhecimento oficial era um beijo do czar.

No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher que quisessem. Já em Itália e na mesma época, se um homem beijasse uma donzela em público era obrigado a casar imediatamente com ela.

O beijo francês é aquele em que as línguas se entrelaçam. Também é conhecido como beijo de língua. A expressão foi criada por volta de 1920.

Na linguagem dos esquimós, a palavra que designa beijar é a mesma que serve para dizer cheirar. Por isso, no chamado "beijo de esquimó", eles esfregam os narizes. No Nordeste brasileiro, também se usa a palavra "cheiro" no lugar de "beijo".

Em 1909, um grupo de americanos que consideravam o contacto dos lábios prejudicial à saúde criou a Liga Antibeijo.

Boatos do final do século XIX, atribuíam à estátua do soldado italiano Guidarello Guidarelli, obra do século XVI assinada por Tullio Lombardo, o poder de arranjar casamentos fabulosos a todas as mulheres que a beijassem. Desde então, mais de 7 milhões de bocas já tocaram a escultura em Veneza.

Por causa do chefe de polícia de Tóquio, que achava o acto de beijar sujo e indecoroso, foram cortados mais de 243.840 metros de cenas de beijos dos filmes norte-americanos.

Oliver Cromwell, no século XVII, proibiu que fossem dados beijos aos domingos na Inglaterra. Os infractores eram condenados à prisão.