quarta-feira, 30 de julho de 2008

Dos “pecados” do umbigo ao “céu” da boca.

Segundo a enciclopédia virtual Wikipédia, Umbigo é a cicatriz resultante da queda fisiológica (natural) do cordão umbilical e costuma manifestar-se no abdomen como uma depressão na pele. A palavra umbigo tem sua origem no latim umbilicus, diminutivo de umbo, com o sentido de saliência arredondada em uma superfície.
A exposição do umbigo foi um tabu na sociedade ocidental por ter sido considerado um estímulo visual erótico. Hoje em dia é usual, usar roupas que expõem o umbigo, especialmente entre mulheres jovens e principalmente devido à cada vez mais actual moda dos piercings. Desde os clássicos latinos, umbilicus designa também o meio, o ponto central de alguma coisa e, nesse sentido, são inúmeras as acepções do vocábulo que se transferiram a outras línguas. O seu significado sempre foi especial na mente humana, por representar o elo biológico que liga a mãe ao filho e expressar a relação de dependência entre uma vida e outra. No subconsciente, o umbigo simboliza a vinculação do ser com o mundo exterior e identifica-se com o centro do corpo.
Uma preocupação comum, ainda que inofensiva, é a formação de fiapos de tecido no umbigo, a ponto de este ter sido assunto de sérias experiências científicas e pesquisas exaustivas, como a do pesquisador australiano Karl Kruszelnicki. Para tal pesquisa ele estudou o umbigo de mais de 4800 pessoas. A pesquisa rendeu-lhe um prémio IgNobel.

O estudo constatou que:
2/3 das pessoas têm fiapos no umbigo
pessoas mais velhas tem mais fiapos no umbigo
maior incidência em homens do que em mulheres
existe uma relação entre a cor dos fiapos e a cor da pele, pessoas de pele clara têm fiapos claros.
o tipo de pele não afeta a incidência de fiapos
a presença de fiapos está muito ligada a quantidade de pêlos na pessoa. Muitos ou poucos pêlos aumentam ou diminuem a quantidade de fiapos.
não existe relação com o porte físico
o azul é a cor predominante dos fiapos (assim como é das roupas).

Mas adiante...
Vamos falar do nosso umbigo, o de cada um de nós.
Olhe bem para si e observe-se acima da região púbica e abaixo do tórax. Está ver aquela depressão de contorno arredondado? ...É o seu umbigo.
Esse umbigo foi a sua primeira expressão do verbo “Ser” desde que seus Pais o conceberam numa noite de paixão mais sublime que as outras e até que nasceu.
A partir desse momento, tornou-se seu amigo inseparável e aprendeu mais um verbo para além do “Ser”, o verbo “Ter”, que inexplicavelmente é demasiada vezes conjugado na primeira pessoa “ Eu tenho…”, e é essa inexplicável tentação que me fez falar dele.
Afinal porque será que passamos uma grande parte da vida, a “olhar” para o nosso próprio umbigo?
Na verdade é algo fraternal, simpático, amigável, místico e sensual, e tem por hábito assumir um papel afectivo e efectivo nas nossas decisões, criando em cada um de nós a ilusão de ser o centro da própria auto-estima. Mas é uma pura ilusão que nos impede de olhar em frente e para os outros umbigos. Se fosse eu o “Criador” colocaria o umbigo na testa para o vigiar … e que fosse vigiado mais de perto.
Eu acho compreensível que o umbigo seja o epicentro de um ser pois até é o centro do corpo, mas daí até se achar único e alhear-se do colectivo que é um ser, tem muito que se lhe diga. Será que é por ser reformado à nascença que decide mandar de férias o cérebro e ficar a fazer o serviço dele?
Não deixe que isso aconteça. Lá bem em cima tem uma cabecinha que deve pensar que mais abaixo, um pouco sob o lado esquerdo do seu torax há algo que vai acabar por sofrer com isso.
È que o umbigo tem um carácter impressionantemente egocêntrico, cisma que deve ser o centro das atenções e nega-se a partilhar-se com os outros umbigos. É certo que tal carácter aparentemente até protege tendo uma grande preocupação com o que sente e não admitindo que o magoem ou contrariem. É certo que quando se relaciona com alguém, gosta muito de ser amado, acarinhado e exige toda a atenção. Mas entrega-se de tal ordem a isso que nem admite ser contrariado pelos outros umbigos. E mais, é capaz de um alheamento severo pelos problemas dos outros umbigos, e, na maioria dos casos, o máximo que permite é uma troca de experiências do tipo “eu cá tu lá”. Em poucas palavras: trata-se de uma “criatura” egoísta.
Mas afinal porque é que o umbigo é egoista?
Não conheço nem acredito haja alguma teoria sobre isso. É de...feito assim e pronto. A sua única preocupação concentra-se no que sente e não no que os outros umbigos possam sentir. Está completamente entregue a si mesmo e dificilmente poderá observar o que os outros umbigos estarão a sentir, ou até nos sentimentos que estará a despertar. E como acha que todos os umbigos são iguais, também imagina que nunca poderão conversar uns com os outros... é que como não ouve ninguém, também ninguém o ouviria. Assim é dificil sair deste circulo vicioso.
Portanto, se quer por na ordem o seu umbigo, não dê férias ao seu cérebro e assim talvez um dia perceba o que o faz ganhar aqueles fiapos e algum cotão de sótão mal varrido.
Finalizando, seja grande ou pequeno, largo ou estreito, mais ou menos obediente e/ou ditador, lembre-se sempre que tem um umbigo igual aos outros (uns mais iguais que outros, pois há-os bem lindos e tentadores ), e que não é mais nem menos do que um indelével sinal da mais sublime ligação à vida e à sua querida progenitora a quem chama Mãe.
Agora vá, cuide do seu umbigo mas evite que ele cuide de si, e para o entreter arranje-lhe um parceiro. Lembra-se daquele spot publicitário dos dois frasquinhos de perfume, o côncavo e o convexo? …é isso aí …delicioso .
... E assim fiz a viagem dos “pecados” do (meu) umbigo até ao “céu” da (minha) boca .

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Afinal onde está a beleza?

Já sei que me vou “meter” num tema complicado porque é difícil, senão impossível definir-se o conceito do belo, mas arrisco.
Existem muitos conceitos de beleza, pois o que alguns julgam ser muito belo, outros acham não ser.
O que é uma grande verdade, é que não se pode criar com segurança um real conceito do belo.
Nem em nomes consagrados existe unanimidade, mas vou usar uma citação daquele que eu acho ser o mais humanamente belo, Charles Chaplin.
"A beleza existe em tudo: tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e poetas sabem encontrá-la.".
Com isto percebemos que temos de ter arte para saber encontrar o belo no feio.
Mas quero essencialmente falar da beleza humana.
Será correcto dizer que a beleza física é fundamental, ou deveremos desmascarar preconceitos embutidos em conceitos que se tornaram normas, tabus e regras?
Há o sentimento de que a beleza física, especialmente a aparência, faz constantemente a diferença no nosso dia-a-dia e em todos os momentos, desde os profissionais aos lúdicos e dos mais sérios aos mais banais.
As cada vez mais comuns cirurgias estéticas e a panóplia de produtos e acessórios de beleza parecem dar unanimidade à afirmação de que para ser bem sucedido a beleza física e a aparência externa contam.
Mas então onde entra aqui a tão defendida beleza interior, que é ela que conta, que é a beleza mais importante, etc, etc.
Ou somos todos hipócritas ou então mais do que a enganar os outros enganamo-nos a nós próprios.
Quem já não sentiu na pele o amargo do insucesso por ser menos belo que as expectativas do outro ou comparativamente com o outro, etc, e nem teve a oportunidade de mostrar quanto valeria a sua beleza interior?
É que associado a isto há a condição de que “não há segunda oportunidade para a primeira vez”, ...e a primeira vez é essencialmente física.
Depois, há cada vez mais pressões sociais de todos os lados para que melhoremos a nossa beleza fisica. Desde os mídia ao markting e até as pessoas com quem convivemos, parece que está tudo empenhado em provar que somos feios e precisamos melhorar o nosso aspecto, mas ninguém abre a boca para dizer que deveremos ser humanamente sadios, bons, cultos e correctos.
Claro que a beleza física deve ser cultivada sem exageros porque os exageros levam a problemas de personalidade, psicologicos e até a falsos conceitos de felicidade. As pessoas muito “agarradas” à aparência externa normalmente ignoram o que se passa dentro delas. Atrelam-se ao externo para fugir daquilo que não conseguem processar no seu mundo emocional e este exagero torna-as superficiais. Um dia ouvi alguém dizer que preferia “morrer a fazer uma cirurgia plástica” do que “ficar com rugas”.
É deprimente chegar a este estado e temos que evitar sucumbir ao padrões impostos, que inconscientemente acabam por gerir a nossa auto-estima e é fundamental encontrar uma medida de valores confortável que não nos faça descambar num surrealismo cego.
Por mim, a beleza exterior fica por baixo da roupa, e a interior por baixo da pele, logo, é no conforto da nossa própria pele, a fronteira de todos os sentidos, que gosto de me ver “despido” de conceitos e preconceitos. E só assim é possível praticar a arte de seduzir onde qualquer beleza brilha, a inteligência encandeia e o calor humano conforta e aconchega. E aí sim, seduza que toda a gente gosta .
Seduzi?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Virtualidade real ou realidade virtual?

Excluindo à partida a comunicação com quem realmente já conhecemos e quando usada no sentido de “na impossibilidade de melhor” ou como o mais económico e eficaz meio, a internet está a revolucionar a comunicação humana particularmente com desconhecidos.
Com ela abriram-se novas formas de relacionamento e partilha, ao mesmo tempo que se criaram verdadeiros pontos de encontro e que tem contribuído para a formação de novas relações e comunidades virtuais.
No entanto este conceito tem evoluído e de alguma maneira alterando a estrutura social dita real, tradicional, de cultura homogénea, onde pessoas tem relacionamentos interpessoais e valorizam as relações sociais, para um novo conceito caracterizado como uma sociedade mais urbana, tecnológica, com relações mais impessoais, distantes, individualizadas, e onde se usam mais “descaradamente” as relações sociais como meios para um fim. Agora as pessoas cruzam-se muito mais por interesses, do que por mera condicionante casual ou espacial e começa a ser motivo de preocupação que o espaço virtual transforme e até aniquile, os valores e formatos que temos do real e do social.
Mas parece que ninguém dá conta disso e se apercebe da “fronteira” entre estas duas realidades. Esta “fronteira” é como se fosse invisível mas existe e separa-nos cada vez mais sem nos apercebermos. Nós, os utilizadores mais atentos já a sentimos de alguma maneira mas de certa forma recusamo-nos a percebê-la. Comportamo-nos como uma mosca que bate contra o vidro sem compreender o que a separa do outro lado. Ela não consegue entender o que separa um espaço do outro quando o vê inconfundivelmente como um só.
Esta tecnologia é um excelente instrumento de comunicação e interacção que faz parte da cultura contemporânea mas também uma forma algo abstracta, muito efervescente e de algum modo caótica forma de comunicar, que, deve ser sempre considerada como um espaço intermediário entre as duas realidades e nunca hermética em cada uma delas.
É comum aos utilizadores regulares defenderem que há sempre alguém com quem sentem afinidade e com quem acham poder compartilhar ideias e anseios, trocar experiências, discutir e ter discursos intelectuais, jogar, desenvolver amizades, partilhar suporte emocional, flirtar, apaixonar-se e até amar. Já não tão comum é a consciência de que deixam para trás o seu corpo e que não estão a usar em pleno alguns sentidos fundamentais numa relação interpessoal. E, enquanto uns tendem a querer conhecer-se fisicamente e assim completar o conhecimento, outros não o aceitam nem sentem essa necessidade. Mas como pode um laço social desenvolver-se apenas num meio frio e impessoal?
Para uns há a preocupação e necessidade da validação/confirmação do que e como sentem o outro, enquanto que para outros, se esses laços realmente se sentem é porque existem e serão tão fortes como nas relações reais. Comum a ambos lados é aceitar que a comunicação promove proximidade partilha e alguma intimidade, e são cruciais para a continuidade dessas relações.
Afinal a internet é o “Deus ou o Demónio” das relações interpessoais?
A resposta estará em cada um de nós tal é a diversidade de pessoas, de distintas razões e imensidão de barreiras relacionais, mas há perguntas que são comuns a todos. Deixo algumas sobre as quais reflito.

Porque estou aqui?
A reflexão sobre o motivo que nos faz estar aqui é fundamental em particular para a consciência do como cá cheguei, do quando estou ou poderei estar e de como é o meio.
Tudo tem influência e tudo influêncía e começa logo na escolha do “nick” à qual muitos prestam a atenção principal pois ele o representará e, talvez, até o qualificará com uma personalidade (percebida pelos outros) que pode ser real ou inventada normalmente por antítese à sua própria, que é “uma faca de dois gumes” e pode tornar-se num jogo perigoso.

Apenas pelo virtual ou pelo real também?
Esta questão poderá só surgir no momento em que o próprio sente essa necessidade ou alguém a promove, mas é fundamental estar preparado para a resposta no momento pois as dúvidas e incertezas poderão fazer deixar passar o interesse/oportunidade e o consequente mau estar e arrependimento pela oportunidade perdida.

Como se escolhe com quem encetar o diálogo?
Se estiver “resolvido” no porque está aqui e como quer estar, será mais fácil aceitar, ou não, quem o contacta directa ou subtilmente, ou quem escolher. Cada um terá uma imensidão de gostos e intenções, logo dissecar as intenções seria uma tarefa impossível. Mas há sinais que se podem perceber como a quantidade de fotos e quais as fotos que selecciona, o painel de amigos, o que diz sobre si e nos blogs, e o que dizem sobre ela no livro de visitas, quando se escolhe alguém com proximidade geográfica, etc.

Ser ou não anónimo?
È tarefa impossível mostrar-se sem querer ser visto mas há coisas que não nos comprometem e falam de nós. Podemos optar por deixar tudo em aberto não dizendo nada, aguçar da curiosidade com mostrar-se pouco, ou dizer muito e esperar cative seleccionadamente. Importante sim é salvaguardar elementos pessoais que permitam nos identifiquem e/ou comprometam, coisa que pode ficar para mais tarde e para ou a quem entender pode fazê-lo. Fundamental saber ler nas entrelinhas e ter um sexto sentido apurado. Importante perceber que negar-se a quem merece confiança é o mesmo que desprezar quem confia em nós.

Mentir ou omitir?
Todos mentimos é certo e quem o negar estará nesse momento a mentir. Mas há mentiras que se toleram e fácilmente se explicam e outras que não se conseguem explicar ou tolerar. Evite estas, e mal por mal omita e faça saber que não pretende dizer mais, pois se a insistência incomoda, desculpas sem nexo incomodam muito mais.
È preciso é estar sempre preparado para a fragilidade tanto da tecnologia como da sensibilidade do meio e da pessoa em causa, uma vez que é facil acontecerem imprevistos. O desaparecimento de um utilizador sem explicação pode significar desde um problema técnico a que é alheio ao de voltar em seguida com um novo nick tentando uma abordagem diferente.
Não raras vezes leio blogs de desespero, por causa de desaparecimentos sem deixar rasto e porque tudo se desenvolveu no virtual.

É importante mostrar educação e valores?
Todas as comunidades virtuais tem as suas regras de conduta que deveremos conhecer. Esses roteiros de bom comportamento tem o intuito de maximizar o diálogo e proteger os utilizadores de ofensas, uso massivo que provoca atrasos na comunicação, etc. Mas há regras básicas fundamentais que cumpriremos seguramente se considerarmos que por trás de cada nick estão pessoas com sentimentos e emoções. Há pessoas que tem os seus desvios de conduta e atitudes/comportamentos marginais. No mundo virtual não é diferente, até mais acontecem porque os rebeldes no mundo real tem mais facilidade desse comportamento no ambiente virtual.

Há ou não Sexo Virtual?
Há. E diz-se que cada vez mais frequente. Resumidamente, trata-se de uma forma onde uma parte tenta excitar a outra através de palavras e/ou imagens. Isso ocorre em privado e normalmente de acordo entre as duas partes. É a descoberta de uma nova forma de sexo seguro, que não sendo regra absoluta, onde os adolescentes ensaiam contactos com o sexo oposto e onde os adultos realizam fantasias sem culpa ou que no real estão condicionadas. Normalmente traduz-se numa masturbação simples, com estímulos de palavras que tentam reproduzir uma imagem concreta ou mesmo uma imagem visual, ou o mais compulsivo que acontece sem a autorização do outro onde a pessoa se sente livre para formar a imagem que quiser, idealizando e podendo realizar um desejo sexual para o qual nunca teve coragem, oportunidade ou disposição. No sexo virtual o que importa é a excitação. A fantasia é levada adiante mesmo que por trás do nick “Gatinha” esteja um homem a fingir ser uma mulher... ou vice-versa. Nesses casos, a liberdade da Internet transforma-se em libertinagem virtual, com consequências reais e até implicações éticas.
O tema é vasto e tem havido mais especulação sobre sexo virtual do que sobre qualquer outro assunto da realidade virtual. O conteúdo sexual é tão velho quanto a própria informação. Seja em que meio for, nunca demora muito a descobrir como aplicar qualquer tecnologia nova ao mais velho dos desejos.

Considerações finais
Não se pode supor que a comunicação virtual e as relações virtuais vieram trazer soluções para os problemas relacionais do mundo contemporâneo. A comunicação virtual tem qualidades e defeitos que sustentada pela aparente liberdade pode parecer mais positiva que no real mas é importante saber que poderá ser também bem mais nefasta. É certo que pode proporcionar relações casuais francas e abertas, amizades verdadeiras e duradouras e até amor verdadeiro, mas por outro lado, também tem efeitos potenciadores de ódio, de culpa e de vergonha podendo causar estragos psocologicos irreparáveis e marcas indeléveis na personalidade.
Uma coisa é certa, aqui tudo se passa a uma velocidade estonteante e o meio deve ser entendido em termos de falta dos controles sociais convencionais e não em termos ficcionais e até utópicos. Tenho lido em alguns blogs sinais de paixões arrebatadoras que num curto espaço de tempo se transformam em desespero e ódio.
São excepções de pessoas mais desprevenidas que não podem fazer a regra. Deve-se entender como regra que o virtual não deverá ter importantes implicações na vida dos seus participantes. Mas há cuidados a ter. As pessoas carentes podem encontrar suporte emocional e respostas parasuas angústias, as pessoas tímidas podem entregar-se em frutíferas conversações e desenvolver fortes relações. Para muitos, a realidade virtual influência significativamente a maneira como vêem os outros e a si mesmos, e para elas a “virtualidade é realidade”. O ideal seria não se confinarem ao mundo virtual nem achar que as suas relações virtuais são mais importantes que as reais.
Por ser um fenómeno social ainda pouco analisado, a realidade virtual apresenta mais desafios do que respostas para aqueles que as usam. Talvez, porque se insista em vê-las com pressupostos convencionais e discretos onde se misturam ingredientes que pareceriam insolúveis, como a realidade e a fantasia.
Finalmente, deve-se entender este formato como sendo um acréscimo às possibilidades interactivas, e não como uma ameaça às relações convencionais, pois de outra forma corre-se o risco de se cair num vácuo entre o real e o virtual, onde seguramente não se poderá estar de bem consigo e muito menos com ou outros.