quarta-feira, 12 de maio de 2010

Não quero ser leigo...

Interpretem leigo no sentido figurado como ignorante e desconhecedor.
A visita do Papa é o acontecimento do momento ao ponto de um Estado laico como o nosso decretar aos seus “súbditos” a tolerância de ponto. Nem seria muito grave se no mesmo momento não anunciasse o corte do subsidio de Natal (uma designação católica - nem de propósito) e redução de salários.
Afinal a que deve esta vénia e serventia de um Povo que ainda recentemente reclamava a retirada da cruz nas escolas? ... e ainda sobre esses, não serão eles mais "Papistas que o Papa" ao usarem a tolerância de ponto e uma vez que ao contrário dos feriados - que não contestam - é facultativa?
Não merecia toda esta onda à volta da visita do Papa o debate, a ponderação e até a abstenção como forma de contestação e repúdio?
Este movimento de massas é uma cegueira colectiva ou a prova provada de que somos todos um hipócritas fingidos?
O Papa é uma figura carismática mas não é intocável – e este muito menos pois tem uma aura, expressão facial e olhar de má pessoa. Nem o João Paulo II que transparecia no rosto uma “santidade” contagiante, serenidade e paz me convencia plenamente.
De outros nem falo mas a história está aí para ser contada.
Só para espevitar a curiosidade, relembro o Papa Júlio II, Paulo III e Alexandre VI com vários filhos ilegítimos, João X amante de mãe e filha, João XII que permitia desde a prostituição ao incesto na basilica, Vítor III violador e assassino, Bento IX que patrocinou e participou em orgias, Paulo II que morreu durante o acto sexual com um jovem pajem, Sisto IV que trocava favores por serviços sexuais... e muito mais que se tiverem curiosidade vão descobrir.
Neste momento são os imensos casos de pedofilia no seio da Igreja Católica e que acho ainda mais graves que todos os outros.
Não estou a dizer que Bento XVI é pedófilo, mas o silêncio a que se devota e a não assunção de responsabilidade, de punições e medidas inequívocas como se expecta de um líder de tamanha responsabilidade moral, torna-o cúmplice de pedófilos, o que para mim vai dar ao mesmo. É tão ladrão quem rouba como quem fica à porta.
Se o meu catolicismo já era frágil, abalou-se drásticamente com o conhecimento destes imensos, abomináveis e repugnantes crimes – e mais -, cometidos por quem era o último reduto de confiança. A minha mãe nunca me confiou a ninguém, mas sei que me confiaria tranquilamente a um padre.
E para mim, o pecado maior foi a hierarquia tê-los escondido e assim deixar que imagine os quantos mais escondem.
Enfim...
Só me apetece dizer...
Ai meu Deus...