quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Que pouca vergonha...

Mais uma vez me apeteceu escrever com raiva. Porque raio será que ando virado para aí?
A resposta é obvia: Já não há paciência... mesmo!
O tema desta vez já fez correr muita tinta e muita mais irá fazer correr, mas, mesmo sendo um simples peão neste xadrez quase morbido, não resisto à tentação de “despejar” a amargura de Português suave face às peças mais importantes - Os seus politicos.
eu não sou nada politizado e até me defino como apolitico, mas isso não quer dizer que não seja um cidadão atento e que me suspendo tanto das responsabilidades de cidadão como de pagar os meus impostos, logo de financiador dos respectivos politicos também. Disse “respectivos”, e este “respectivos” implicaria saber quem elegi, mas de facto não sei. São os partidos que o fazem numa dança oportunista e sem outro intuito que não seja o de colher votos, portanto colocando-os nos circulos eleitorais mais convenientes para esse único efeito.
Até aqui, a coisa até que se consegue engolir, agora aquilo que regorjito compulsivamente é o que voltou a acontecer na Assembleia da Républica. Ausências excesssivas em momentos cruciais e ainda por cima alguns assinando fantasmagoricamente o livro de presenças. E disse momentos cruciais porque só nesses é que acabamos por saber destas coisas, tal como soubemos há uns tempos atrás de uma votação onde nem quorum houve.
Agora e por via de saberem que todos sabemos, nessa tribo agitam-se alguns elementos - uns descaradamente amenizando e outros exigindo o rolar de cabeças num ritual milenar onde os sacrificios tinham função apaziguadora. Só que sempre, e agora não vai ser excepção, as cabeças rolam por negociações secretas e conspirativas pagando o sacrificio à vitima com um bom lugar numa empresa politizada e onde eles mandam. Os Deuses a apaziguar somos nós, uns impotemtes pacóvios de memória curta e que de tudo se esquecem à primeira rezinha. A prova de estou certo foram as eleições anteriores e serão as eleições que estão aí à porta. E vão ver que os resultados eleitorais serão infelizmente mais do mesmo.
Mas neste momento estarão a perguntar: Então votamos em quem? E essa pergunta é pertinente. Da esquerda à direita e passando pelo centro não há nada de novo. As cassetes tocam a mesma música apenas com a variante/agravante de que muitos dos interpretes já são profissionais de gema, que nunca estiveram do lado da plateia nem nunca pagaram bilhete, e para mal dos nossos pecados a música que tocam, é ainda mais aperfeicoada em prol dos seus egoistas, vaidosos e faustosos intentos.
Mas com isto não quero dizer que os Politicos são malandros. Nada diso. Acho até que trabalham sem descanso e os 365 dias do anos. Mas infelizmente esse trabalho nunca é para servir os cidadãos, é para melhor saberem servir-se deles controlando eleitorados e arquitectando politicas engenhosas de impostos e afins, e assim mostrar eficácia aos seus líderes que a converterá na colocação em lugar condicente.
Então de quem é a culpa?
A palavras é gasta mas não tenho outra. É de um sistema já muito entranhado onde o poder controla com lobbies politico-económicos e os subordinados lhes lambem as botas esperando um lugarzinho mais acima e cujo topo é obviamente ser lider também. Nem falo dos complots que acontecem nese topo porque às vezes é mau demais.
Voltando ao caso da Assembleia e convertendo-o como se fosse uma empresa privada. Que faria o patrão de uma empresa em dia de responsabilidade contratual com os clientes e faltassem quase metade dos empregados, e mais, verificasse que parte deles tinham picado o ponto como se estivesem ali a trabalhar? Resposta obvia. Despedimento com justa causa.
Pois, o patrão mor da Asembleia da Républica é o Presidente da Républica que se por um lado faz declarações quase cómicas e sem fundamento razoável, ou de Pilatos lavando as mãos da sujidade feita pela sua antiga seita, nesto caso nada diz – nem uns acoites aos meninos rebeldes. E porquê? Porque também eles trabalharam e tem que voltar a trabalhar para os seu votinhos.
E poderia continuar a ir enunciando mais escandaleiras desavergonhadas e descaradas, pois se há algo em abundancia nestes País estas encabeçam a lista. A democracia não é perfeita tal como qualquer outro regime também não o será, mas caramba, ainda acredito haja gente séria na politica, capaz de se unir em torno de uma causa de salvação nacional e que tem de passar pela desinfestação destes parasitas que vivem faustosamente sugando gente indefesa. Eis o meu grito de apelo que desesperadamente faço.
Ajudem-se, ajudem-nos, ajudem-me.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Natal - Magia ou orgia

Estamos já em plena época natalícia. É que como diz o poeta , o Natal é em Dezembro mas também é quando um homem quiser.
Só que parece que todos o queremos em Dezembro.
Será por falta de memória individual ou colectiva que não nos lembramos dele nas outras épocas do Ano?
Talvez seja, mas em Dezembro ninguém escapa dele. É sempre a mesma coisa. Uma panfernália de formas e meios de markting com objectivos pouco “católicos” não nos deixam esquecer, melhor, obrigam-nos a dar conta dele e incentivam-nos a cumprir uma espécie de orgia consumista.
Mas sem dúvida que toda a gente gosta dele. Os trabalhadores tem mais feriados, os comerciantes mais lucros, os gulosos mais guloseimas e a pequenada mais mimos particularmente em forma de brinquedos – muitos até que não são brincadeira nenhuma tal a perigosidade fisica e psicologica que contém.
E assim esta época perdeu a sua magia. Pelo menos a minha perdi.
Prefiro recordar o Natal da minha infância que também era no dia 25 de Dezembro, onde também acontecia reunir-se a família, a criançada brincava mais, e havia guloseimas como a aletria, as rabanadas e os formigos ...e a missa do galo.
Pois é! O lado religioso não se exponenciou da mesma maneira mas o Natal é uma festa religiosa que entranhei por via de uma educação extremamente católica, quase fundamentalista. Hoje sou bem mais Ateu, mas tal como todos os Ateus, confortável e algo egoisticamente, ainda não me atrevi a renunciar ao Natal.
E também se enfeitava o pinheiro, se fazia o presépio e se ajeitava com carinho todos os animais em volta do menino.
Mas não havia centenas de pais Natal nas ruas, nem uma caixinha mágica nos entregava SMS de boas festas ao domicilio.
Em minha casa por mais que tanto espreitasse ao ponto de não dormir, o velhinho das barbas nunca desceu pela chaminé.
E era muito poupadinho.
Mas como que por magia aquele sapatinho que estratégicamente colocava tinha sempre uma prenda. Era nessa altura, com o meu presente bem aconchegado na mão que sempre me rendia ao mundo de magia e encantamento.
Um deles foi uma caixa de lápis de cor que vaidosamente levei comigo para a escola e orgulhosamente ostentei aos amigos. È certo que quase todos tinham e até caixas maiores que a minha, mas os meus eram diferentes. Até os conhecia pelo cheiro. Nenhuns cheiravam como os meus. E ainda hoje o cheiro a grafite me faz recordá-los e é um odor que aprecio.