sexta-feira, 25 de julho de 2008

Afinal onde está a beleza?

Já sei que me vou “meter” num tema complicado porque é difícil, senão impossível definir-se o conceito do belo, mas arrisco.
Existem muitos conceitos de beleza, pois o que alguns julgam ser muito belo, outros acham não ser.
O que é uma grande verdade, é que não se pode criar com segurança um real conceito do belo.
Nem em nomes consagrados existe unanimidade, mas vou usar uma citação daquele que eu acho ser o mais humanamente belo, Charles Chaplin.
"A beleza existe em tudo: tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e poetas sabem encontrá-la.".
Com isto percebemos que temos de ter arte para saber encontrar o belo no feio.
Mas quero essencialmente falar da beleza humana.
Será correcto dizer que a beleza física é fundamental, ou deveremos desmascarar preconceitos embutidos em conceitos que se tornaram normas, tabus e regras?
Há o sentimento de que a beleza física, especialmente a aparência, faz constantemente a diferença no nosso dia-a-dia e em todos os momentos, desde os profissionais aos lúdicos e dos mais sérios aos mais banais.
As cada vez mais comuns cirurgias estéticas e a panóplia de produtos e acessórios de beleza parecem dar unanimidade à afirmação de que para ser bem sucedido a beleza física e a aparência externa contam.
Mas então onde entra aqui a tão defendida beleza interior, que é ela que conta, que é a beleza mais importante, etc, etc.
Ou somos todos hipócritas ou então mais do que a enganar os outros enganamo-nos a nós próprios.
Quem já não sentiu na pele o amargo do insucesso por ser menos belo que as expectativas do outro ou comparativamente com o outro, etc, e nem teve a oportunidade de mostrar quanto valeria a sua beleza interior?
É que associado a isto há a condição de que “não há segunda oportunidade para a primeira vez”, ...e a primeira vez é essencialmente física.
Depois, há cada vez mais pressões sociais de todos os lados para que melhoremos a nossa beleza fisica. Desde os mídia ao markting e até as pessoas com quem convivemos, parece que está tudo empenhado em provar que somos feios e precisamos melhorar o nosso aspecto, mas ninguém abre a boca para dizer que deveremos ser humanamente sadios, bons, cultos e correctos.
Claro que a beleza física deve ser cultivada sem exageros porque os exageros levam a problemas de personalidade, psicologicos e até a falsos conceitos de felicidade. As pessoas muito “agarradas” à aparência externa normalmente ignoram o que se passa dentro delas. Atrelam-se ao externo para fugir daquilo que não conseguem processar no seu mundo emocional e este exagero torna-as superficiais. Um dia ouvi alguém dizer que preferia “morrer a fazer uma cirurgia plástica” do que “ficar com rugas”.
É deprimente chegar a este estado e temos que evitar sucumbir ao padrões impostos, que inconscientemente acabam por gerir a nossa auto-estima e é fundamental encontrar uma medida de valores confortável que não nos faça descambar num surrealismo cego.
Por mim, a beleza exterior fica por baixo da roupa, e a interior por baixo da pele, logo, é no conforto da nossa própria pele, a fronteira de todos os sentidos, que gosto de me ver “despido” de conceitos e preconceitos. E só assim é possível praticar a arte de seduzir onde qualquer beleza brilha, a inteligência encandeia e o calor humano conforta e aconchega. E aí sim, seduza que toda a gente gosta .
Seduzi?

1 comentário:

  1. Algo/alguém só se torna BELO quando, para além da forma, também reúne em si conteúdo.
    A beleza passa por várias mutações. O segredo da eterna beleza passa por encarar com harmonia as mudanças e aceitar as transformações.
    A beleza estimula os sentidos e vice-versa e não existe melhor forma de sermos belos do que nos sentirmos como tal.

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